gratidões

de peito aberto, do fundo do coração, de todo meu eu, agradeço:

ao josé, por ter sobrevivido nas piores intempéries, sob as piores condições, do melhor jeito possível.

à maria, pela bravura de ser mulher no interior do interior do interior do mundo, lá onde o feminismo não chega, por ter conseguido dar tudo de si pela continuidade do seu gene de amor, por estar passando pela vida com sorriso, com leveza;

à bianir, por ter escolhido me amar intensamente todos os dias até o último. por ter parado de fumar pra tentar me ver crescer;

ao vilmar, pelo amor que eu sempre pude perceber e pelas histórias que me enriqueceram.

ao meu pai e à minha mãe, por terem sido muito mais do que têm noção de que são, pela disponibilidade e pelo ensinamento de que casa só é casa se for barulhenta, lotada e aberta pra quem quiser;

ao meu irmão e à minha irmã, porque o que se cria na relação com o outro nos constituí e vocês me constituíram como alguém que dá valor pras pessoas;

à luiza, porque o inesperado arranca nossa humanidade de nós (nunca achei que fosse me apaixonar de novo tão intensamente por alguém);

às pessoas que me tocaram, me encantaram, me emocionaram – eu não seria eu sem elas. a cada pessoa que amei e que amo;

ao grêmio, por significar o que significa aos trabalhadores dessa cidade;

ao caetano, ao gil, à mallu, ao chico, ao galeano. a todas as artistas que, mesmo sem saber, salvam minha vida;

às pessoas companheiras de organização, dos movimentos, das ruas, por já terem aguentado tanto, por serem tão incansáveis e por sentirem na pele comigo o perigo (e o tesão!) de ousar sonhar e  ousar lutar pelos nossos sonhos;

e, sobretudo, a todos os homens e mulheres, do campo e da cidade, nas casas e nas calçadas, nas escolas, nas fábricas, nas terras, nos sindicatos e nos movimentos, do jeito que é possível, ontem e hoje, que conseguem sorrir, dançar e seguir vivendo mesmo sob a tirania do império do dinheiro – e que, principalmente, ofereceram e seguem oferecendo suas vidas, pouco ou muito, algo ou tudo, para agir no princípio de semear ventos, colher tempestades e, depois desta, a bonança coletiva de outro mundo que está por vir.

obrigado, obrigado, obrigado,

nunca vou dizer o suficiente.

guilherme ulema
@hotmail.com

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